sábado, 26 de março de 2011

O Campo Magnético da Terra


A Terra em que vivemos possui um campo magnético e os efeitos da sua existência já eram conhecidos pela civilização antiga chinesa e foi também usada para orientação na época dos descobrimentos. No seu livro De Magnet de 1600 Gilbert considerou, pela primeira vez, que a Terra comportava-se como um gigantesco íman permanente.

O campo magnético terrestre assemelha-se por isso a um dipolo magnético e pode ser visualizado em termos de um conjunto de linhas de força que saem de um extremo do íman, chamado pólo norte e reentram no outro extremo, o pólo sul. O eixo desse dipolo magnético faz um ângulo aproximado de 11º com o eixo de rotação da Terra.

O campo magnético deste dipolo, com origem no interior do Globo, explica cerca de 90% do total do campo magnético terrestre. O restante tem origem no exterior, como por exemplo a actividade do Sol sobre a ionosfera e a magnetosfera.

Apesar do campo magnético da Terra parecer-se com o campo gerado por um íman, esta não pode ser a explicação para a origem do campo. Na realidade as propriedades magnéticas dos materiais não são permanentes para temperaturas acima do ponto de Curie. E pelo conhecimento da propagação das ondas sísmicas originárias de terremotos, sabemos que o núcleo externo da Terra é liquido, apresentando portanto os seus materiais (Ferro e Níquel) temperaturas superiores aos correspondentes pontos de Curie. A explicação actualmente mais plausível para compreender-se como é gerado o nosso campo magnético, é a Teoria do Dínamo. O movimento do fluido bom condutor (principalmente ferro em estado líquido) no núcleo externo, provocado pela rotação da Terra e pelas correntes de convecção, gera correntes eléctricas e por consequência um campo magnético.

O campo magnético além de não ser homogéneo, sofre variações no tempo. Essas variações podem ser curtas no tempo ou de longa duração. As primeiras são principalmente derivadas da actividade solar e da sua interacção com a ionosfera e a magnetosfera da Terra. Como exemplo temos as variações diárias, as tempestades magnéticas (que podem dar origem às auroras boreais), os impulsos magnéticos, etc. Às variações mais lentas que têm a sua origem no interior do núcleo externo dá-se o nome de variação secular.


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