A Terra em que vivemos possui um campo magnético e os efeitos da sua existência já eram conhecidos pela civilização antiga chinesa e foi também usada para orientação na época dos descobrimentos. No seu livro De Magnet de 1600 Gilbert considerou, pela primeira vez, que a Terra comportava-se como um gigantesco íman permanente.
O campo magnético terrestre assemelha-se por isso a um dipolo magnético e pode ser visualizado em termos de um conjunto de linhas de força que saem de um extremo do íman, chamado pólo norte e reentram no outro extremo, o pólo sul. O eixo desse dipolo magnético faz um ângulo aproximado de 11º com o eixo de rotação da Terra.
O campo magnético deste dipolo, com origem no interior do Globo, explica cerca de 90% do total do campo magnético terrestre. O restante tem origem no exterior, como por exemplo a actividade do Sol sobre a ionosfera e a magnetosfera.
Apesar do campo magnético da Terra parecer-se com o campo gerado por um íman, esta não pode ser a explicação para a origem do campo. Na realidade as propriedades magnéticas dos materiais não são permanentes para temperaturas acima do ponto de Curie. E pelo conhecimento da propagação das ondas sísmicas originárias de terremotos, sabemos que o núcleo externo da Terra é liquido, apresentando portanto os seus materiais (Ferro e Níquel) temperaturas superiores aos correspondentes pontos de Curie. A explicação actualmente mais plausível para compreender-se como é gerado o nosso campo magnético, é a Teoria do Dínamo. O movimento do fluido bom condutor (principalmente ferro em estado líquido) no núcleo externo, provocado pela rotação da Terra e pelas correntes de convecção, gera correntes eléctricas e por consequência um campo magnético.O campo magnético além de não ser homogéneo, sofre variações no tempo. Essas variações podem ser curtas no tempo ou de longa duração. As primeiras são principalmente derivadas da actividade solar e da sua interacção com a ionosfera e a magnetosfera da Terra. Como exemplo temos as variações diárias, as tempestades magnéticas (que podem dar origem às auroras boreais), os impulsos magnéticos, etc. Às variações mais lentas que têm a sua origem no interior do núcleo externo dá-se o nome de variação secular.
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