«Permaneceram dois longos segundos assim paralisados, os olhos de um mergulhados nos do outro, os lábios abrindo-se devagar como pétalas molhadas ao sol, os corações a palpitar e palpitar e palpitar.
...
Caíram um sobre o outro com um gemido e colaram os lábios quentes e trémulos. Começaram devagar, quase delicadamente, a medo até, mas logo as bocas impacientes se puseram a devorar, sôfregas, as línguas húmidas deglutindo-se com voracidade, as mãos sedentas a agarrar a carne do outro, o calor a crescer e a transformar-se em ardor e depois em brasa, os corpos tão quentes e esfaimados tão gulosos ...
Incapaz de se conter mais, agarrou-se a ele e perdeu-se naquele corpo de homem...
Os corpos começaram a nadar um no outro, primeiro devagar e depois num ritmo frenético, eléctricos já , ele com força, ela com fome, ambos gemendo ao ritmo do movimento...
Era como se dois corpos se tivessem tornado um, ferro duro em lava incandescente...»
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