terça-feira, 5 de abril de 2011

bater à porta...


«Ele volta a estender-nos a garrafa.
- A bebida fermentada está viva, vai da juventude à velhice. Quando chega à maturidade, é capaz de destruir o Espírito da Inibição, o Espírito da Falta de Relações Humanas, o Espírito do Medo, o Espírito da Ansiedade. Porém, se bebida além da conta, ela rebela-se e traz o Espírito da derrota e da Agressão. É sempre uma questão de saber o ponto que não se deve ultrapassar.»

«Seja abençoado. Da mesma maneira que está a transformar a sua vida, transforme a dos outros à sua volta. Quando pedirem, não se esqueça de dar. Quando baterem à sua porta, não deixe de abrir. Quando perderem algo e vierem até si, faça o que estiver ao seu alcance e encontre o que se perdeu. Mas, antes, peça, bata à porta e descubra o que está perdido na sua vida. Um caçador sabe o que o espera: devorar a caça ou ser devorado por ela.»

«É pena que o espírito não possa contar o que viu; mas, afinal de contas, não preciso saber tudo o que me acontece.»

«É possível conhecer as coisas sem verdadeiramente as experimentar? Sim, mas elas nunca farão realmente parte de nós.»

«não sou um estrangeiro porque não fiquei a rezar para voltar em segurança, não perdi o meu tempo a imaginar como estaria a minha casa, a minha mesa, o meu lado da cama. Não sou um estrangeiro porque estamos todos a viajar, temos as mesmas perguntas, o mesmo cansaço, os mesmos medos, o mesmo egoísmo e a mesma generosidade. Não sou estrangeiro porque, quando precisei, recebi. Quando bati a porta abriu-se. Quando procurei, encontrei o que achava.»

in « O Aleph»

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