terça-feira, 24 de maio de 2011

Falar ao coração


«Tenho tanto para te dizer, para falar contigo, para silenciar, para questionar, para sentir. Tenho tantos sóis à espera de te queimarem a pele. Tantas luas à espera de encherem de luz o teu corpo. Tantos mares à beira das tuas praias desertas, preparados para as preencherem. E, no entanto, é sempre o silêncio que prevalece. A omissão do acto. A timidez. O constrangimento do olhar. O corpo fica, na ausência do verdadeiro encontro, a ansiar pela verdade das palavras e da dádiva. O medo fica com os olhos postos no futuro, apesar da coragem de hoje ser mais sábia e mais forte. Há uma luz que me indica o caminho. Sei bem os passos que terei que dar. Já foram analisados até à minúcia. E mesmo assim... No canto do quarto há um receio que espreita, à espera de tomar lugar no centro da história, logo que ela abra as cortinas do palco.» ...

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