sábado, 2 de janeiro de 2010

EU...

Descobri que afinal não sei quem sou.
Descobri que ainda não tinha descoberto quem sou...
Descobri que todas as descobertas que havia feito nos últimos anos não estavam completas, não estão nem estarão tão cedo.
Surpreendo-me constantemente.
Sou uma mulher que, desde antes de ser mulher já tinha certas características que mantenho; detesto a mentira, a falsidade, a injustiça, a deslealdade, as meias verdades.
Aprendi a muito custo, o que ainda me custa muito fazer, que por vezes é preciso omitir, esconder...mas não descanso enquanto não puder «abrir o jogo», revelar tudo, ser novamente eu própria, porque eu sou franca e transparente para quem se encontra ligado a mim (que são poucas pessoas), podendo ser fechada, muito fechada mesmo, para todos os outros.
Aprendi que as pessoas na sua maioria são muito diferentes de mim.
Há muita falta de lealdade, de bondade, de entrega, de mentes abertas, de tolerância, de tempo para os outros. Há muita falta de bons sentimentos, de partilha, de delicadeza, sensibilidade. Há falta de valores, de certezas, de empenho, no trabalho e nas relações.
Porque sou ingénua, crente nas pessoas, decepciono-me muitas vezes; não entro nas relações com «um pé atrás» porque penso que todos se regem sempre pelos melhores sentimentos e valores... daí que seja magoada e fique desiludida tantas vezes.
Mas descobri em mim uma força sobre-humana, uma força que julguei não possuir. Descobri que posso cair e me levantar vezes sem fim, que podem me derrubar de todas as formas, que posso me quebrar toda, me magoarem de forma cruel e impiedosa; vou sempre renascer das cinzas, sempre e cada vez mais forte e confiante em quem sou.
Sou muito genuína e verdadeira; sou incapaz de não ser sincera e prefiro não me manifestar nem dar opinião se sentir que vou ferir alguém; não!, não é falta de coragem, é ser coração de manteiga...mas se não puder «fugir» sou franca. Não sou das pessoas mais directas, mas já melhorei muito já não sou tanto «de rodeios»...
Sou mais resistente do que sempre supus. Resisto a todas as investidas do tempo, a todas as contrariedades.
Pensava ser feliz, sortuda, que sempre batalhava muito para ter as coisas mas que não eram muito difíceis; de repente, depois de tantas lutas travadas nos últimos anos, descobri que é a minha força, capacidade de adaptação e resistência que me fizeram chegar aqui a pensar dessa forma.
Não tive vida facilitada. Não tive mimos, elogios, não tive quem me ensinasse a ser mulher, a ter boa auto-estima, acreditar em mim; não tive quem me desse bases para crescer feliz. Não porque não o fizessem mas porque não o deixei fazerem, o meu grau de exigência é sempre muito grande.
Tive uma infância feliz, apesar de tudo, mas uma adolescência muito dolorosa e solitária pois não tive com quem compartilhar os meus sentimentos/sofrimento.
Tornei-me mulher só, construi uma família, consegui um bom trabalho, onde me dediquei muito e lutei muito para ser reconhecida; infelizmente por outras circunstâncias deixei de dar o meu melhor, mas vou recuperar!
A renascer das cinzas mais uma vez, a acordar outra vez dum sono com pesadelos, sentindo muito amor no coração mas cansada de sofrer por esse amor vou crescer, ser grande como sempre fui e não acreditei. Vou amar sempre quem nasceu de mim e quem o meu coração conquistou, de corpo e alma... Vou amar sempre quem conquistou o meu amor... Vou amar sempre quem foi separado de mim no início dos tempos, vou amar todos aqueles que (merecendo ou não) tocarem o meu coração.
Vou viver com amor, amar de perto ou de longe, dedicar esse amor, vou viver com luz, para todos e com todos, mesmo quando fisicamente estiver só.
Vou viver com amor e luz, porque eu sou amor e luz!
Vou viver de modo a continuar a descobrir quem sou; que mulher, mãe, pessoa, ser, alma sou verdadeiramente...assim, um dia volto a ser feliz e a me sentir realizada!

Trapalhonazinha

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