Bom sono,boa vida...

«O estilo de vida de muitos portugueses, homens e mulheres, é completamente prejudicial para a saúde. O dia-a-dia de muitos é um acumular de erros:
- O stress diário - filas de trânsito, emprego instável ou em risco, necessidade de valorização profissional, encargos económicos, etç.;
- A redução do sono - dorme-se cada vez menos, sendo certo que a maioria dos adultos precisa de 7 a 8 horas de sono; 75% dos portugueses deita-se depois da meia-noite;
- Os erros alimentares - sair de casa sem tomar o pequeno-almoço, comer à pressa durante o dia, ter um jantar tardio, que é por vezes a única refeição do dia.
- As consequências são terríveis, mas como insidiosamente ao longo de anos, são pouco notadas; quando há um alerta importante para o problema, muitas vezes é tarde demais, as consequências são:
- Esgotamento; depressão e problemas de memória;
- Obesidade, diabetes, hipertensão, riscos cárdio e cérebro-vasculares.
A privação do sono constitui risco de hipertensão arterial porque aumenta a produção matinal de cortisol (a hormona do stress); e constitui risco de diabetes porque aumenta a resistência à insulina.
Engorda-se porque a privação de sono reduz a produção de grelina pelo estômago que, favorece a absorção de alimentos. Por sua vez, o stress aumenta a produção de corticóides endógenos, que conduzem também à obesidade, principalmente à chamada obesidade "tipo búfalo", com maior adiposidade no abdómen e tórax.
Tudo em conjunto leva a um aumento de peso, que, por sua vez, acarreta riscos cardiovasculares.
Passado um tempo, o doente, deprimido e exausto, fica incapaz de trabalhar; a incapacidade é muitas vezes prolongada e nem sempre há recuperação a 100%.
Tal como um atleta de alta competição, quem tem de trabalhar muito precisa de cuidados redobrados no seu regime alimentar, nos hábitos de vida e nos hábitos de sono.
O corpo é o nosso instrumento de trabalho. Se o estragarmos não conseguimos trabalhar.»

in «Bom sono, boa vida», Teresa Paiva

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