
«Tenho tanto para te dizer,
para falar contigo,
para silenciar,
para questionar,
para sentir.
Tenho tantos sóis à espera de te queimarem a pele. Tantas luas à espera de encherem de luz o teu corpo. Tantos mares à beira das tuas praias desertas, preparados para as preencherem.
E, no entanto, é sempre o silêncio que prevalece. A omissão do acto. A timidez. O constrangimento do olhar.
O corpo fica, na ausência do verdadeiro encontro, a ansiar pela verdade das palavras e da dádiva.
O medo fica com os olhos postos no futuro, apesar da coragem de hoje ser mais sábia e mais forte.
Há uma luz que me indica o caminho. Sei bem os passos que terei que dar. Já foram analisados até à minúcia. E mesmo assim...
No canto do quarto há um receio que espreita, à espera de tomar lugar no centro da história, logo que ela abra as cortinas do palco.»
...
Nenhum comentário:
Postar um comentário